Polícia
Irmãs maranhenses são presas acusadas de aliciar meninas para prostituição em garimpo
As irmãs naturais de Vitorino freire-MA, Francisca de Fátima Guimarães Gomes e Marilene Guimarães Gomes foram presas suspeitas de recrutar meninas para prostituição em garimpos na Terra Yanomami são levadas à cadeia, em RR. Francisca de Fátima Guimarães Gomes, de 40 anos, e Marilene Guimarães Gomes, de 44, foram presas pela PF na operação Palácios. Estão foragidos o marido de Marilene, Márcio Conceição Vieira, e outra investigada, Thaliny Nascimento Andrade.
Elas aliciavam as vítimas através de redes sociais com promessas de falsos trabalhos e salários irreais, as vítimas são levadas ao território com dívida inicial de R$ 10 mil e lá, são obrigadas a se prostituir em cabarés à serviço da atividade ilegal, de acordo com investigação da PF.
Responsável pelo procedimento de resgate da menina, o delegado Marco Bontempo afirmou que esta foi à primeira vez que ficou tão evidente a logística utilizada para exploração sexual na Terra Yanomami.
“A PF já tinha conhecimento de “cabarés” no garimpo, mas essa é a primeira vez que identificam uma logística tão estruturada, e que é uma das logísticas que mantém o garimpo”, disse à Rede Amazônica.
O esquema – A Polícia Federal afirma que os criminosos usam perfis falsos nas redes sociais para entrar em contato com as vítimas. A investigada Francisca de Fátima se apresenta na internet como “Sandra Guimarães” – ela é apontada como a principal líder do esquema criminoso.
Já a suspeita Thaliny Nascimento, que está foragida, usa o codinome “Paloma Gomes” – foi ela quem entrou em contato com a adolescente resgatada.
Com o resgate da menina, a PF identificou as pessoas que estariam envolvidas na logística e na operacionalização do esquema criminoso, que envolve o envio de mulheres e de adolescentes para serem exploradas sexualmente em regiões de garimpo, inclusive mediante o engano delas.”Após serem convencidas, um motorista à serviço do grupo criminoso buscaria as vítimas aliciadas, levando-as até uma pista clandestina, onde eram transportadas por avião até a área do garimpo.
“Lá chegando, em condições de extrema precariedade, as vítimas eram informadas e cobradas pelos custos do transporte, que custaria até R$ 10.000,00 gerando, a partir daí, uma dívida inicial com os gerentes do grupo criminoso.”
Todo o sustento das vítimas, da alimentação até a moradia, era cobrado pelos aliciadores, de modo que a impedi-las de saírem de lá enquanto não quitassem a dívida.
Na tentativa de quitar dívidas cada vez maiores, “as vítimas chegavam a realizar até 15 programas por noite, além de sofrerem ameaças caso não quisessem se prostituir”.
As prisões – Após o resgate da menina, a PF abriu inquérito e investiga o esquema criminoso. Com a identificação dos quatro suspeitos, a prisão foi decretada pelo juiz substituto Thiago Russi Rodrigues, da Vara de Crimes contra Vulneráveis da Justiça Estadual de Roraima.
Francisca de Fátima, a “Sandra Guimarães”, foi presa pela PF em casa, no bairro Silvio Leite, zona Oeste de Boa Vista, logo na manhã de sábado. A irmã dela, Marilene, também foi presa em casa, no bairro Santa Tereza.
Além das prisões, o juiz também deu ordem para que os agentes fizessem busca e apreensão de tudo que estivesse relacionado ao inquérito na casa dos investigados, como celulares, equipamentos eletrônicos, dinheiro em espécie, carros de luxo.
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